Esta ação foi realizada no dia 23 de maio de 2018, dia em que comemoramos dezoito anos de Matula.
No planejamento, o intuito era celebrar.
Mas, como em muitas coisas na vida e sobretudo em nossas existências-coletivas-em-arte, existe uma distância entre a ideia pensada no pensamento e a ideia tornada corpo no pensamento-mundo.
Ao olhar para essa ação, de onde estou agora, percebo que foi uma ação de despedida.
E como diz um samba que aprendi nos últimos tempos com o Gato Coletivo Artístico, de Hortolândia, SP,
“despedida dói, dói, dói
despedida dói, dói, dói
despedida dói, dói, dói,
despedida dói, quem não disse que não dói?
Então é desse tema que trata essa postagem: entre as dores e delícias de ser grupo, está aquele friozinho que fica no coração sempre que algum integrante se afasta do grupo. Sensação mista de gratidão pelo vivido junto, de desejo de que o outro seja feliz – esse é nosso compromisso primeiro! – e ao mesmo tempo aquela vontadezinha de que tudo continue como antes e de que não seja necessário todo o reorganizar que se faz necessário nesses momentos.
Ao longo desses dezoito anos foram muitas as vezes em que passamos por esse tipo de situação, mas nem de longe isso torna a despedida mais fácil. A gente se apega, cria vínculos, cada integrante do grupo torna-se família artística.
Talvez – e só talvez – o que fique mais ameno com o passar dos anos é que sabemos que essas mudanças que acontecem repletas de amor e gentileza oferecem a possibilidade do novo. Transformações e ressignificações.
Se a despedida tem um olhar melancólico para o passado, também aponta para a criação de futuros fresquinhos e cheios de novidade.
E os aniversários são justamente pra isso: celebrar existências acontecidas com um olho no que fomos e outro no que podemos ser!
Por tudo isso, esse post é também uma homenagem a todos aqueles que em algum momento fizeram parte dessa grande Matula, que deixaram um tanto de si e levaram outro tanto de nós, deixando saudade e muito aprendizado!
Gratidão imensa a Quesia Botelho, Thaís Tkatchuk, Bruno Cardoso, Melissa Lopes e Anna Kühl !!!!!
(sim, algumas dessas despedidas aconteceram já há um bom tempo, mas talvez tenha faltado verbo nessas ocasiões… às vezes acontece esse tipo de coisa quando o sentimento é muito grande… as palavras escapam…)
Pra finalizar, compartilho que essa ação teve três fases:
– a primeira delas foi em volta de uma mesa com gostosuras de comer e beber, o que é um clássico em se tratando de encontros matulescos…
– a segunda fase teve três mulheres, um carro com tanque cheio e destino incerto. Descobrimos onde queríamos chegar assim que chegamos lá. Teve estrada de terra, cerca de arame atravessada clandestinamente, pedra e muitas árvores. Essa etapa também teve muitas lágrimas transbordadas, que insistiam em abrir caminho e lançar-se ao mundo. Nessa fase teve uma despedida e caminhos que se bifurcam. Nas bifurcações a gente tem que escolher. E conviver com as possibilidades do caminho não escolhido enquanto curte as belezas do caminho em que se está caminhando.
– a terceira fase teve duas mulheres e um brinde.
Até a próxima sexta!
Saudações artísticas!
Matulas
#18TemposParaReAgir
#AçãoPraFicarJuntinho
#Matula18